segunda-feira, 31 de julho de 2017

Paralisação dos caminhoneiros: movimento é contra o aumento no preço dos combustíveis

Esta terça-feira (1º) será de protestos dos caminhoneiros nas rodovias de todo o Brasil. Convocada por sindicatos e motoristas autônomos, a greve da categoria inicia a partir da meia-noite desta segunda-feira (31). Já os bloqueios nas estradas da Zona Sul estão previstos para começar às 6h.
Em Pelotas, Rio Grande e Canguçu os transportadores estarão concentrados em pontos da BR-392. Já em São Lourenço do Sul e Camaquã (Centro-Sul do Estado, a 136 quilômetros de Pelotas) haverá manifestações na BR-116. Seguindo orientação nacional do movimento, os grevistas pretendem impedir caminhões que estiverem circulando pela rodovia de seguir viagem. As exceções serão aqueles veículos carregados com animais, produtos perecíveis ou insumos destinados a serviços essenciais como hospitais. Motos e carros de passeio não serão bloqueados.
O principal motivo para a greve é o reajuste das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) anunciado pelo governo federal dia 20 deste mês. A medida fez o valor do óleo diesel subir em todo o país. Em Pelotas, o preço médio do litro passou de R$ 2,95 para R$ 3,18, alta de 8%. No entanto, outros temas também são reivindicados, como novos investimentos em estradas e na Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a aprovação do Projeto de Lei 528/2015, que estabelece preço mínimo para os fretes.
Conforme o diretor do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens do Rio Grande (Sindicam), Flávio da Rosa, não há previsão de fim da greve. "É um movimento que não está centralizado, não possui uma liderança. Toda a organização está ocorrendo espontaneamente entre grupos das redes sociais", explica.
Sem sindicato representando a categoria em Pelotas, os caminhoneiros locais se articulam pela Internet desde que o aumento de impostos se refletiu nas bombas dos postos de combustíveis. "A categoria não suporta mais, está praticamente falida. Estamos parando por desespero. Hoje mais de 80% do que recebemos por um frete é gasto no custeio da viagem para chegar no destino. Não sobra quase nada. Antigamente o gasto da viagem não chegava a 30%", reclama Vitor Koperek, 56, que atua há 35 anos no setor de transporte.
De acordo com o delegado da PRF em Pelotas, José Dourado, não estão previstas operações especiais. "Não temos nenhuma informação oficial que confirme estes movimentos. Vamos acompanhar durante o dia e deslocaremos nosso efetivo conforme a necessidade", afirma.

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