quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Zé Nunes propõe crédito especial para compra de terras

O deputado estadual Zé Nunes (PT) propôs, na manhã desta quinta-feira (09), a criação de um Grupo de Trabalho para elaborar uma proposta de crédito fundiário com juros subsidiados pelo governo e prazos favorecidos para a compra de terras para a agricultura familiar, além da retomada do projeto de reforma agrária em terras pouco ou mal utilizadas. Ele apresentou as sugestões durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo para debater o teto de financiamento da renda e do limite patrimonial do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) e a possibilidade da implantação de uma linha de crédito específica para o RS.

O parlamentar salientou que a aquisição de oito ou dez hectares faz toda a diferença para a permanência dos jovens no campo e evita o abandono da atividade em processos de sucessão familiar. “Temos que ter linha de crédito de financiamento para a compra da terra. Hoje, famílias de três a quatro filhos não se entendem quando morre o pai ou a mão e a propriedade acaba sendo comprada e virando sítio para lazer de final de semana”, enfatizou.
“Nós achamos que a Agricultura Familiar deve ter tratamento e políticas específicas, porque é diferente do agronegócio. Não é possível tratar da mesma forma quem produz em 15 hectares e em 50 mil hectares. Investir na agricultura familiar não é favor, é política de desenvolvimento”, acentuou Zé Nunes, lembrando das lutas e conquistas que a agricultura familiar obteve a partir dos anos 90. “Quando constituímos ideia de agricultura feita pela família, conseguimos ter programas, um ministério, crédito adequado, equipamentos e emancipação. A agricultura familiar passou a ser atividade econômica estratégica para o país”, relembrou.
O parlamentar mencionou, em contrapartida, os cortes promovidos pelo governo de Michel Temer, em média 70% para o orçamento de 2018. Os recursos para o crédito fundiário, por exemplo, diminuíram 70% e em algumas rubricas a redução chega a 90%. “O atual governo demonstra inclinação de não olhar para pequenas propriedades”, afirmou.

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